quarta-feira, 25 de agosto de 2010

As primeiras pontes de Itabuna: resultado da ousadia e liderança


      somadas ao espírito desbravador dos primeiros habitantes deste pedaço de chão. A mais folclórica, a ponte dos Velhacos, submersa nas águas do Cachoeira, tem história e data de 1940, quando começaram as obras. A colocação de módulos em cimento armado foi feita durante a administração do então prefeito Francisco Ferreira da Silva. Ponte Goes Calmon
      Essa passagem, que ligava o bairro Nossa Senhora da Conceição ao centro da cidade, teve um grande momento na gestão do prefeito Miguel Fernandes Moreira, quando ganhou corrimão de madeira, sendo batizada com o nome de Ponte do Tororó em dezembro de 1954, com direito a festa e muitos fogos.
      Uma enchente, em 1955, levou o corrimão e parte de sua estrutura. Então o povo esqueceu o nome de Tororó e continuou a chamá-la de ponte dos Velhacos.
      A verdadeira primeira ponte, construída oficialmente em Itabuna, foi a do Góes Calmon (que liga o Conceição ao centro) e surgiu em 1920 no governo J.J. Seabra. A ponte veio dar suporte ao traçado da estrada de rodagem Itabuna-Macuco (hoje Buerarema).
      Sua inauguração, em 1 de março de 1928, contou com a presença do governador Francisco Marques de Góes Calmon e do Intendente de Itabuna na época, o coronel Henrique Alves do Reis.
      A terceira ponte, que liga o Centro ao São Caetano, a Francisco Lacerda, foi construída em 1955 pelo Dr. Abílio Caetano de Almeida, então dono de todos os terrenos do bairro. A ponte foi construída por iniciativa própria, a fim de valorizar os terrenos da área.
      Outra construída por particular, de iniciativa do fazendeiro Mário dos Santos Padre, foi a Miguel Calmon, também chamada de Marabá. A ponte leva desvantagem por ter sido construída no mesmo nível do rio e é a primeira a ficar submersa durante as cheias do Cachoeira.
      A ponte foi inaugurada em 1958 e foi considerada a responsável pela ruína de Mário Padre. Ele acreditava estar investindo em algo lucrativo. Tanto que conseguiu um empréstimo no então Banco da Bahia e usou o dinheiro para comprar terrenos e fazer a ponte. Não teve sucesso. Vendeu todos os seus bens de herança para pagar débitos e foi à falência.
      Finalmente vem a última e mais recente, que homenageia uma das grandes lideranças de Itabuna, Calixto Midlej Filho, construída na década de 80 pelo Estado. Com modernas técnicas, até mesmo para evitar problemas com o rio Cachoeira, a ponte liga a Vila Zara (que faz divisa com o São Judas) ao bairro de Fátima. Foi o atendimento de uma antiga reivindicação de moradores dos dois lados do rio.
      Um exemplo de resistência é a ponte 28 de Dezembro, usada por milhares de pessoas por dia, mas quase invisível aos olhos do público. Ela está lá há 77 anos e foi construída na administração do coronel Henrique Alves dos Reis.
      Sua inauguração ocorreu em grande estilo, justamente no dia 28 de dezembro de 1926, data em que se comemora o dia da padroeira do bairro Conceição. A placa, que simbolizou a inauguração, está centralizada no pilar que dá para o lado do rio. Bem escondida, suja e gasta pela ação do tempo, ainda assim é possível ler os dizeres.
      A ponte, com menos de 40 metros de comprimento e cinco de largura, foi erguida sobre um ribeirão, na Rua Felícia de Novaes (próximo à ponte Calixto Midlej Filho). À época, o ribeirão tinha suas águas escuras, mas limpas o suficiente para permitir que os poucos moradores que viviam próximos tomassem banho e pescassem belos robalos, como lembra um ex-morador, o aposentado Juracy Costa Oliveira.
      Ele conta que era menino e morava com sua avó e sua mãe na única casa existente no lado direito do rio, onde funcionou por muito tempo a Usina Luz e Força, ou a usina do Cajueiro, como era conhecida. "Isso aqui era muito bonito, tinha muito verde e poucas casas".
      Ela era uma importante via para quem partia do centro de Itabuna para a cidade de Ilhéus. Com mais de 75 anos, ela suportou por muitas décadas o tráfego pesado de caminhões carregados de cacau. Em tempos recentes passou anos sendo castigada pelos caminhões da Brahma, de tonelagem bem superior ao que ela foi projetada para aguentar, e hoje continua firme mesmo com o tráfego dos caminhões da Schincariol.
      Embora ainda resista ao tempo a ponte está mal conservada. As laterais de proteção estão quebradas, o piso gasto e o mato em volta toma conta. Já o piso, asfaltado há alguns anos, continua firme, assim como a placa colocada na lateral quando de sua inauguração.
      O que era um saudável ribeirão, hoje é um esgoto. De entulhos, matagal e insetos, tudo seguindo uma mesma direção: o velho Cachoeira.

Itabuna, 1967, uma cidade inundada


Cachoeira, deixando milhares de pessoas desabrigadas, seguidas do desespero de famílias que perderam o teto, os móveis e até um pouco da dignidade.
      O medo estampado em cada rosto e a morte que rondou muitas pessoas e levou tantas outras. Sem contar com centenas de animais entre, bois, cavalos e porcos, que desciam rio abaixo levados pela fúria da correnteza. enchente cinquentenario
      O resultado foi muitas perdas, danos e histórias para contar, passadas às novas gerações por pessoas que vivenciaram o drama e acreditam que a enchente, ocorrida entre 27 e 29 de dezembro de 1967, foi a mais terrível de todas.
      "As águas começaram a sair pelas bocas de lobo e de repente as ruas e casas já estavam tomadas. Não deu tempo nem de tirar os móveis", relata a ex-lavadeira Carmelita Silvéria de Jesus, 63 anos, que na época morava na rua Catucicaba, no bairro da Conceição.
      Ela conta que nem choveu tanto no período da enchente. "Foi uma chuva normal, durante dois ou três dias. Não foi uma enchente de enxurrada como a que costumávamos ver, foi água do rio mesmo e tomou conta de toda a cidade".
     
      Muita água
      A aposentada Maria das Neves Barreto, 62 anos, conta que na época da enchente tinha dois filhos pequenos e estava grávida de oito meses.
      Ela saiu de casa, na rua Ana Nery, bairro da Mangabinha, com a água na cintura e, como tantas outras famílias, só levou a roupa do corpo.
      "Nunca vi tanta água chegar assim, quase do nada, e invadir tudo tão de repente. Foram três dias de cheia e muito desespero".
      "Não tenho a menor dúvida de que Itabuna viveu sua pior cheia naquele ano. Foi a mais terrível das enchentes de que já ouvir falar", lembra o aposentado Heribaldo Laurindo de Barros, 63 anos. pca camacan
      Funcionário público estadual na época, ele conta que a Coelba tinha acabado de instalar um transformar nas imediações da Bananeira que, disseram, ninguém jamais conseguiria retirar, por causa da altura.
      "A água subiu tanto que não deu outra, levou não só o transformador como o poste de madeira. Muitas casas também foram juntas". Esta é apenas uma das muitas lembranças que o aposentado tem da enchente de 67.
      Ele diz que a grande cheia foi a miséria de uns e a alegria de outros. Muitas famílias, segundo ele, saquearam lojas e armazéns e o que se via era gente "passar ladeira acima com sacos e mais sacos de charque, caixas de óleo, cortes de tecidos e o que mais puderam levar".
      O aposentado lembra que a enchente ainda trouxe benefícios para muitos empresários endividados. "Com a cheia, eles tiveram desculpa para não pagar os débitos".
      Outra lembrança do aposentado foi a morte de dois rapazes, funcionários de uma loja de tecidos da qual ele não recorda o nome, na Avenida do Cinqüentenário.
      Os empregados tentavam retirar mercadorias por ordem do patrão e morreram eletrocutados. "Itabuna ficou debaixo d'água naquela enchente. Só na Cinqüentenário a água chegou a mais de dois metros de altura".
      Uma cena macabra, ainda segundo Heribaldo, foi um caixão, com o defunto dentro, que desceu rio abaixo da Mangabinha para o centro da cidade.
      Ele afirma que o caixão fiou enganchado em algum lugar na rua Barão do Rio Branco e só não lembra se alguém conseguiu retirar o defunto ou ele "seguiu para Ilhéus"
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História de Itabuna

Firmino Alves, o jovem que fundou Itabuna
e mudou a história tão logo chegou nas terras do sul da Bahia. Isso depois que seu tio, Félix Severino de Oliveira, ou do Amor Divino, mandou buscar seus irmãos com as famílias em Sergipe e deu a cada um deles uma área de terras lá para as bandas de um lugarejo chamado Burundanga. firmino
      Ali, muitas árvores foram derrubadas para dar lugar à construção de casebres e, um pouco mais tarde, a primeira plantação de cacau da história de Itabuna, por volta de 1867. Foi a partir daí que surgiu o arraial de Tabocas.
      Uma terra de gente rústica, mas decidida e disposta a transformar a mata virgem em um lugar habitável e cada vez mais próspero.
      Hoje batizada Itabuna, é uma das principais cidades da região cacaueira, com mais de 200 mil habitantes. Mas o início não foi fácil e muito suor foi derramado nos cabos das enxadas. Trabalho nunca faltou. Nem esperança depositada numa terra fértil e produtiva.
     
      Líder
      Em 1874, com a morte de José Alves, seu filho Firmino ficou com a responsabilidade de cuidar da família, além de administrar a casa comercial no antigo "Pouso de Tropas" (na Burundanga) e as fazendas de cacau que começavam a dar os primeiros frutos.
      De acordo com pesquisa do historiador Adelindo Kfoury, o jovem Firmino venceu todos os desafios e foi assim que surgiu um líder carismático, a quem se deve a consolidação da fundação do município e cidade de Itabuna.
      Embora muito jovem, Firmino mostrava uma capacidade de trabalho impressionante. Arguto e visionário, com 27 anos de idade resolveu mudar-se para o arraial de Tabocas, onde percebia melhores condições para progredir.
      Tratou de construir uma casa residencial e outra, vizinha, para onde transferiu o armazém que possuía na Burundanga. Bom administrador, Firmino prosperava e começou a tomar gosto pela política. Comprou mais algumas fazendas, entre elas a Boa Esperança, a maior de todas.
      Em "Jequitibá da Taboca", o escritor Oscar Ribeiro Gonçalves conta que o negociante Firmino Alves, "cristalizando-se no convite que formulara, mandou chamar de Salvador para o arraial homens de letras que trouxessem algo de civilização para esta zona”.
      Dentre os recém-chegados se destacava o engenheiro Olynto Batista Leone, pela tradição política de seu irmão, o Dr. Arlindo Leone, que na capital gozava de grande prestígio junto ao então governador, além de ser advogado de renome.
     
      Crescimento
      Antes de distribuir convites a esses cidadãos, Firmino construiu uma casa para hospedar os novos habitantes, porque não havia em Tabocas hotéis nem pensões.
      A casa que serviu de hospedaria foi construída na rua da Areia (hoje Miguel Calmon). Já em Tabocas, o primeiro trabalho de Olynto Leone foi o de medição de terras.
      Não demorou muito para ingressar na política. Por volta de 1879, o arraial já contava com três casas residenciais, uma rancharia e uma escola, a primeira de Tabocas, tendo como professora Maria Rosa de Jesus, conhecida por "Rosa Camarão", apelido que recebeu porque, sendo branca, ficava com a pele vermelha com facilidade.
      Preocupado com a falta de profissionais, o fundador de Itabuna trouxe para cá médicos, professores, advogados, alfaiates, pedreiros, dentre outros.
      Ele lutou tanto para o desenvolvimento do arraial que durante anos chegou a oferecer mantimentos grátis para quem aceitasse o desafio de desbravar a mata e plantar cacau.
      Adelindo Kfoury conta, em seu livro "Itabuna, Minha Terra", que passando por Salvador o coronel Firmino Alves deixou ordens com seus correspondentes, Bessa Ribeiro e Domingos da Silva, para que fornecessem passagens, por sua conta, para quem fosse qualificado e desejassem vir trabalhar em Tabocas.
     
      Emancipação
      O crescimento de Tabocas, ampliada pelo contingente de nordestinos mandados trazer por Firmino Alves, precipitou, em 1897, a discussão em torno da participação política do lugar diante de Ilhéus.
      A aspiração de autonomia motivou um grupo, liderados por Firmino, a solicitar ao Conselho Municipal de Ilhéus sua elevação à categoria de Vila. O pedido foi negado.
      Nove anos depois, Firmino Alves encaminhou um novo pedido diretamente ao governo do estado, quando o arraial contava com uma população estimada em 10 mil habitantes e uma arrecadação superior a 10 contos de reis.
      Em agosto de 1906 o arraial passou à condição de vila e, no mês seguinte, o governador assinava a lei 692, que desmembrava de Ilhéus a Vila de Tabocas.
      Quatro anos mais tarde, em 28 de julho de 1910, nascia Itabuna. Mas a luta dos pioneiros, somada a ousadia dos homens atuais pelo crescimento e desenvolvimento de Itabuna, nunca mais parou.
      Além de fundador de Itabuna, Firmino foi grande ser humano. José Firmino Alves teve como principal adversário político o coronel Henrique Alves dos Reis que, embora tivesse Alves no sobrenome, não era seu parente.
      A participação de Firmino Alves na história de Tabocas e Itabuna daria um livro, mas A Região tentou fazer um resumo para o leitor.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Brasão de Itabuna

Relógio do Centenario


 
Como parte das comemorações dos 100 anos que Itabuna comemorou neste ano de 2010, a população que transita pela praça Adami no centro da cidade passou a contar a partir do dia 01 de Janeiro com um monumento com um Relógio instalado em alusão à data histórica. Nele foram contadas as horas até a chegada do dia do aniversário de Itabuna que aconteceu em Julho.

Avenida da Cinquentenario







Com os olhos voltados para quem tem necessidade, a reforma da cinquentenario propiciou que deficientes visuais e cadeirantes tenham direito de andar pela avenida, o caminho especial para eles foi bem planejado, mas colocaram um orelhão no meio do caminho impossibilitando-os de andar

sábado, 21 de agosto de 2010

Aline Barros supera público de Chiclete com Banana em Itabuna

A noite do centenário de Itabuna foi programada para os evangélicos da região. Marcaram presença no palco os cantores regionais, a Banda Shalom, Monte Sinai e Aline Barros. O evento teve a contribuição do céu, pois não choveu durante o show. Ao contrário do dia 27, quando a festa foi comandada por Fabio Jr e Chiclete com Banana debaixo de muita chuva.
Mesmo não chovendo no momento do show, horas antes, os evangélicos tiveram que enfrentar muita lama para chegar ao local do da festa, mas nada disso tirou os ânimos dos adoradores.